O que é chica palito???


Esse nome me veio a cabeça, nem sei como e nem quando, acho até que irritei com o google por ter várias "carolines" no mundo e não conseguia achar um nome pra email. Enfim, veio chica palito.







Muito prazer!



Quero contar algumas situações e percepções que tenho sobre a vida, melhor, a rotina da vida. Do meu trabalho, da minha casa, da minha janela. Quero ler, comentar e discutir sobre o cotidiano.





Bem-Vindos!















domingo, 13 de fevereiro de 2011

O velhinho do prédio do lado...

Não queria lhe chamar de velhinho, acredite, acho até uma falta de respeito com sua pessoa. Infelismente não sei sei seu nome, e nada sobre sua vida. Não vejo pessoas o visitando, não o vejo sair para fazer compras, nem o homem que o entrega gás. Não vejo nada, absolutamente nada que eu possa saber alguma coisa dele.
Estou olhando agora, neste exato momento, ele na janela do apartamento. Sozinho, sempre sozinho. As vezes eu fico pensando será as coisas acontecem, coisas como ir no super, passear na pracinha enquanto eu estou trabalhando?? pois é. Pode ser.
Mas eu passeio na pracinha de manhã e no final de tarde com meus cachorros e ele nunca está lá. Talvez não goste de praças e nem de cachorros. Na padaria da esquina, a melhor do bairro, sempre tem filas enormes pelo pão quentinho, ele também nunca está lá. Pode não gostar de pães, nem de cuca nem de doces.
O apartamento dele é pobre, não de pobreza material mas triste, melancolico. Os móveis são bonitos, antigos, de madeira. Noto que é um homem caprichoso, as roupas sempre estendidas no varal, presas uniformemente na corda. Será militar? aposentado?
As vezes toca o telefone, ele atende, sem expressão. Fica acordado até tarde. A televisão fica num canto ao qual não enxergo não sei o que ele gosta de assistir.
Os dias mais melancolicos, os chuvosos e cinzas ele fica na janela,olhar parado, observa tudo na rua menos em mim e nos outros seres que falam, se mexem , conversam. Não tem parentes, pelo menos se tem nunca os vi. Na noite de natal eu rezava, é hoje que vai para um carro cheio de gente e apertar a campainha e ele vai descer todo arrumadinho como é seu costume. Nada. Todo carro que parava na rua eu pensava...são eles...os parentes! Nada.
Sai, fui passar natal com os familiares do Alvaro, meu marido, e lá pelas tantas eu pensava...chegou alguém lá...pra buscar meu amigo...cheguei em casa, corri pra janela, lá estava meu amigo, com aquele olhar parado.
Eu perguntei para as duas jovens de 93 anos, sobre ele. Tem parentes? mora aqui há quanto tempo? alguém o visita?
Nada. Nem minhas amigas de 93 anos souberam me responder.
As vezes acordo, faço mate, vou pra janela, penso que me faz falta alguém que tome o próximo amargo comigo e então olho para a janela e lá está o meu amigo silencioso...e não me sinto tão solitária.

Um comentário:

  1. Through the window!!! A janela sempre nos faz registrar alguns retratos que nenhuma camera poderia fazer. O teu post faz pensar em no futuro... seremos pessoas cheias de netos na volta ou seremos uma imagem solitária através de uma janela?
    Beajs Chica!!!!

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